sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Projeto Laje, nasceu de uma iniciativa do Povo Cinta Larga, como solução imediata para paralisação do Garimpo de diamantes que a mais de 10 anos afeta a comunidade indígena e municípios circunvizinhos. Para tanto reuniram-se no centro cultural Apoena Meirelles, em Riozinho/RO, lideranças indígenas de Mato Grosso e Rondônia, além de técnicos da Funai, no intuito de avaliar os primeiros 7 meses de ações e propor ajustes para o bom andamento do projeto.

Por: Marcelo Lucian Ferronato

Xikabaá: Projeto piloto da Funai favorece as mulheres indígenas


O departamento das mulheres indígenas dentro da Coordenação das Organizações do Povo Cinta Larga – Patjamaaj, na luta pelo espaço das mulheres dentro da sociedade Indígena, buscou o apoio da Funai para viabilizar um projeto para que as mulheres também se ocupassem dentro das aldeias. Durante a reunião com a presença da coordenadora das mulheres dentro da Patjamaaj, Elizabete Cinta Larga, optaram por trabalhar novamente com a Xikaba.

As mudas começam a serem produzidas para o plantio.

A Xikaba é uma arvore que produz um fruto cuja casca é utilizada pelas mulheres para a confecção de artesanatos. Após a definição dos trabalhos a Funai enviou seus técnicos a campo para fazerem um estudo e verificar a potencialidade do projeto. Com a introdução da pecuária nas aldeias de Rondônia, as arvores de Xicaba foram quase extintas, tornando inviável essa busca. Mas nas aldeias da região do Mato Grosso, principalmente na Flor do Prado, as arvores de Xikaba são encontradas em abundancia. Uma equipe da Funai juntamente com as mulheres da aldeia foram até o Mato Grosso e trouxeram centenas de frutos para o plantio. Foi construído um viveiro próprio na aldeia central do Roosevelt onde começaram a ser produzidas as mudas. Hoje o viveiro conta com aproximadamente 15000 mudas de Xikaba que serão plantas ao entorno da aldeia para a produção da matéria com o objetivo de atender o artesanato e também fazer o reflorestamento dessas áreas que foram derrubadas para dar lugar às pastagens.


As peças feitas com a Xikaba tem um melhor acabamento.

Segundo informaram as mulheres o artesanato feito com a Xikaba tem uma qualidade de acabamento muito melhor que o Tucumã, com isso elas conseguem agregar valores as peças produzidas. A iniciativa da Funai juntamente com a Patjamaaj vai possibilitar as mulheres Cinta Larga desenvolverem um trabalho que vai resgatar a cultura com a volta da produção do artesanato indígena, além de que vai dar a essas mulheres a possibilidade de melhorar a renda familiar com a venda das peças produzidas por elas.

Fonte: Luizinho Carvalho * sociólogo
site: www.espigaonews.com